As Pontes de Madison (The Bridges of Madison County, EUA/1995)



Muitas pessoas pensam que um belo romance nas telas deve necessariamente ser protagonizado por casais jovens, compostos por belos artistas, que consigam demonstrar num filme a necessária química… É certo que a química é muito necessária, nisto Linus Pauling há de concordar, mas o cinema não se atém (felizmente) a certos padrões e fórmulas, estereótipos ou imposições e, por conta disto, não apenas os jovens podem (e devem) estar a frente de uma produção romântica nos papéis principais…

“As Pontes de Madison”, dirigido e protagonizado pelo astro Clint Eastwood no ano de 1995, co-estrelado pela sempre fulgurante e talentosa Meryl Streep, é um dos filmes que certamente contraria esta visão que predomina entre grande parte do público. E mais do que simplesmente contrariar, emociona, encanta…

Meryl é uma mulher de ascendência italiana que casou-se na época da guerra com um jovem soldado americano e migrou para os Estados Unidos. Estabeleceu-se a partir de então no estado de Iowa, numa propriedade rural da família de seu esposo, onde viu nascerem seus dois filhos e levava uma vida pacata, típica de cidade pequena do interior dos EUA, sem grandes atribulações e, também, sem sonhos…

Clint é um fotógrafo da National Geographic contratado para tirar fotos das pontes do condato de Madison, local onde vive Francesca (Meryl). Por acaso este trabalho coincide com uma feira rural que ocorre em cidade afastada e que leva para lá o marido e o casal de filhos de Francesca, ficando o grupo ausente de casa por quatro dias.

Perdido nas estradas de terra da região, Robert (Clint) para e pede informações na fazenda de Francesca que, confusa, não consegue explicar com exatidão o local da ponte procurada pelo fotógrafo. Para não deixá-lo vagando perdido pela região, se oferece para guiá-lo até o local procurado. Desta gentileza surge o encontro, do contato que se estabelece brota a curiosidade, a química dos elementos começa a funcionar e entre eles desperta um dos mais belos e tórridos romances do cinema americano.

Belíssimo na proposta, com roteiro inteligente, cenas suaves que criam uma leve e agradável sensualidade, contando com o carisma e o talento dos dois astros e ainda, como pano de fundo, ajudando a quebrar resistências sociais ao enlace de curto período que os torna eternos em seu amor, “As Pontes de Madison” é uma pérola a mais no tesouro cinematográfico americano que está sendo construído por Eastwood. Apaixonante! Cinema de Primeira!

Por João Luís de Almeida Machado

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