A cozinha de um bom restaurante é o melhor dos mundos para Martha (Martina Gedeck), uma chef talentosa e geniosa. Ela comanda uma equipe aplicada, formada por jovens que também são apaixonados pelo que fazem, além disso, está a frente do estabelecimento mais concorrido e charmoso da cidade. A dona do restaurante é conhecedora das habilidades de sua principal funcionária e a trata com reverência, apesar de saber que a animosidade de Martha é, por vezes, um empecilho ao melhor funcionamento de seu concorrido estabelecimento.
Entretanto a vida de Martha sofre alguns abalos com a súbita morte de sua irmã e o encaminhamento de sua sobrinha para morar com ela. Abalada pela perda de um ente querido e tendo que lidar com o luto e as variações de humor da menina com quem passa a dividir espaço em seu apartamento, Martha é licenciada do trabalho por alguns dias.
Ao voltar para seu pequeno reino encontra um novo chef de cozinha trabalhando. Trata-se do irreverente e bonachão italiano Mário (Sergio Castellito). A nova proposta para o restaurante é que os dois dividam espaço e que tornem mais eclético o cardápio e também os serviços prestados pelo estabelecimento a seus clientes.
Conciliar a convivência entre pessoas de diferentes origens étnicas e culturais, com humores totalmente antagônicos e que dividem a mesma função e status dentro de uma empresa pode ser bem complicado e é justamente nesse terreno minado que o filme demonstra toda a sua leveza e graça.
Simplesmente Martha é um raro exemplar do cinema europeu que de forma ágil e inteligente nos coloca em contato com o mundo real com graça e sensibilidade. Imperdível!
Por João Luís de Almeida Machado
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