"Spirit" nos conta um pouco da história da expansão territorial dos Estados Unidos durante o século XIX. Diferentemente dos velhos "bangue-bangues" ou "westerns", que primaram por colocar os índios e a natureza daquela região como vilões e empecilhos ao estabelecimento dos colonos no oeste norte-americano, "Spirit" nos conta os acontecimentos locais a partir do ponto de vista de um animal selvagem, um cavalo, de nome Spirit.
Criado nos prados, solto, junto a outros de sua espécie, abastecido pela fartura disponibilizada pela mãe-natureza, Spirit desenvolve um enorme sentimento de amor pela liberdade. Não contava com o surgimento de colonos que pretendem alterar por completo as regras que regem a vida naquelas paradas. Capturado, passa a viver situações com as quais não pretende concordar jamais. Tentativas de adestramento por soldados do exército se mostram infrutíferas e nem mesmo o autoritarismo e a violência do comandante local o demovem de sua altivez.
O contato com os índios, diferenciados e perseguidos no contexto do forte onde Spirit se encontrava aprisionado, apresenta para o personagem central do desenho uma nova perspectiva em termos dos seres humanos. Tolerância, bons tratos, respeito pela natureza e por todos os seus filhos passam a ser observados por Spirit a partir de seu encontro fortuito com um dos indígenas e sua posterior convivência.
Por João Luís de Almeida Machado
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