Os amigos Jorge, Zequiel, Roque e Brau (respectivamente interpretados por Alexandre Moreno, Adolfo Moura, Babu Santana e Benjamin Abras) moram numa favela de Belo Horizonte. Apesar das mesmas origens humildes e da grande amizade que os une, tem uma perspectiva de vida diferente. Enquanto Jorge termina o 2º Grau e pretende ir para a faculdade (o grande sonho de sua mãe); Zequiel já se integrou ao mercado de trabalho numa loja de produtos elétricos e eletrônicos; Brau quer ser artista (músico e dançarino) e se prepara para isso; Roque, no entanto, caiu na marginalidade e busca o caminho do dinheiro fácil do tráfico de drogas no morro.
Apesar dos caminhos distintos que pretendem seguir, os amigos resolvem investir num empreendimento conjunto, uma rádio pirata, que funcionaria no morro onde vivem, clandestinamente. Para isso esboçam o projeto e arregaçam as mangas para conseguir os meios que lhes permitam comprar os equipamentos e peças necessários a estruturação de sua base de transmissão de música e informações.
Querem superar as condições adversas e criar consciência entre a população de sua comunidade. Não querem virar marginais e sim, pessoas que prestam um benefício social e promovem o crescimento da estima local. A exceção é Roque, que desiste do projeto e prefere ficar na ilicitude da distribuição de tóxicos e entorpecentes.
A despeito da disposição dos amigos, as autoridades não parecem dispostas a aceitar, num período de intensa repressão, uma voz popular e livre a criticar as ações dos governantes e policiais, que se proclama como a verdadeira "voz do Brasil" e atinge toda a grande BH (e não apenas a área da favela).
A história verídica da Rádio Favela, romanceada para as telas por Jorge Durán e pelo diretor Helvécio Ratton ("Amor e Cia.", "O Menino Maluquinho") nos coloca diante dos caminhos a serem percorridos arduamente pelos fundadores de um empreendimento comprometido com o lugar onde surgiu e que, através das ondas sonoras, atingiu toda Belo Horizonte e o Brasil (através de sua história adaptada para as telas) para estimular a cooperação, a cultura popular e a liberdade de expressão...
Por João Luís de Almeida Machado
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