Filhos do Silêncio (Children of a Lesser God, EUA/1986)



James Leeds (William Hurt) é um professor especializado no trabalho com pessoas com deficiência auditiva. Não se trata de um profissional qualquer, pelo contrário, a partir das vivências e experiências anteriores (entre as quais se inclui ter trabalhado com música numa rádio), Leeds diferencia-se por sua prática inovadora, alegre e que propõe desafios contextualizados aos seus alunos.

Não se trata simplesmente de tentar promover entre os alunos a aprendizagem da fala apesar de suas evidentes deficiências. Seu trabalho pretende predispor os estudantes a ativar e realizar suas potencialidades motivados pelas possibilidades provenientes do exercício dessa capacidade. Leeds acredita com sinceridade que ao aprender a falar seus alunos surdos poderão se integrar mais fácil e rapidamente a sociedade.

A escola a qual se integra ao corpo docente reconhece suas qualidades apesar de estranhar algumas de suas práticas. O tempo irá comprovar sua eficiência e a qualidade de seus métodos. Apesar disso, Leeds irá sofrer muito mais com a resistência da bela e jovem Sarah (Marlee Matlin, atriz que sofre de deficiência auditiva e que foi premiada com o Oscar por sua atuação nesse filme) a suas idéias.

Sarah é uma ex-aluna que se tornou funcionária dessa escola e que se recusa a aceitar o auxílio prestimoso de Leeds. O encontro entre os dois supera a relação de aprendizagem e se estabelece como um romance. Será possível superar as barreiras impostas pela história de vida ao desenvolvimento de Sarah a partir do amor?

Quem nessa relação não quer escutar os anseios do outro, Leeds ou Sarah?Filhos do Silêncio é um filme que parece muito além de seu tempo por apresentar uma prática pedagógica contextualizada e diferenciada ao mesmo tempo em que discute a questão das necessidades especiais a partir do caso dos surdos-mudos. Confiram!

Por João Luís de Almeida Machado

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