Ônibus 174 (Brasil, 2002)



Drogado e em busca de dinheiro para financiar a compra de novas doses, o jovem morador de rua Sandro do Nascimento pega o ônibus 174. Inicialmente anônimo entre os passageiros, revela então seu propósito e faz com que o veículo estacione. Libera todos os passageiros do sexo masculino e mantém sob a mira de seu revólver algumas das mulheres que manteve como reféns.

A polícia cerca o coletivo e a imprensa se amontoa ao redor fazendo imagens que são transmitidas ao vivo para todo o Brasil. Está armado o circo e a confusão parecia apenas estar começando...

Algumas horas se passam entre o início do seqüestro e seu trágico desfecho. Durante esse tempo, imagens de conhecidos e familiares de Sandro contam a história de sua vida. Do assassinato da mãe a vida nas ruas do Rio de Janeiro, da cola de sapateiro ao consumo de drogas pesadas, das frustradas tentativas de mudar de vida aos tempos no “xilindró”...

Enquanto vemos as imagens do ônibus seqüestrado acompanhamos também o relato dos policiais e as perspectivas de ação para o resgate das reféns. De dentro do ônibus escutamos os depoimentos das jovens que ficaram com o revólver engatilhado apontado contra suas cabeças e o medo de perder a vida a qualquer instante que todas elas chegaram a sentir em algum momento dessa tragédia carioca.

“Ônibus 174” começa com imagens aéreas da “Cidade Maravilhosa” e termina com o reboque do veículo para a garagem da delegacia mais próxima. Nos coloca como passageiros de uma viagem sem volta, da qual desembarcamos como sobreviventes que passam a ter muito medo de, simplesmente, entrar no próximo coletivo...

Por João Luís de Almeida Machado

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