Quanto Mais Quente Melhor (Some like it hot, EUA/1959)



Nada é mais salutar para quem quer se informar sobre cinema que visitar os clássicos e, certamente entre eles, Billy Wilder e suas obras é obrigatório. Sou fã confesso do cinema irônico, fino, inteligente, provocador e estimulante criado por esse polonês naturalizado norte-americano. De suas mãos de artesão cinematográfico saíram alguns dos melhores filmes de todos os tempos, como “O pecado mora ao lado”, “Testemunha de Acusação”, “Inferno 17”, “Crepúsculo dos Deuses”, “Sabrina”, “Irma La Douce” e, é claro, “Quanto mais quente melhor”, apontado por muitos especialistas como a melhor comédia de todos os tempos.

Se não fosse suficiente o talento de Wilder, nesse filme ele ainda teve como protagonista o saudoso e incrível ator Jack Lemmon, acompanhado da bela e exuberante Marylin Monroe [a sex symbol em seu melhor papel no cinema] e do também consagrado Tony Curtiss [pai de Jamie Lee Curtiss, conhecida pela série Halloween, por True Lies e tantos outros filmes].

Quanto mais quente melhor se passa nos anos da lei seca, quando os gangsters de Chicago e de outras partes dos Estados Unidos contrabandeavam bebidas alcoólicas para saciar a sede dos consumidores desesperados pelo produto. Jerry [Lemmon] e Joe [Curtiss] são dois músicos da noite, que apesar do talento com seus instrumentos, são péssimos com dinheiro e estão literalmente quebrados. Não conseguem oportunidades de trabalho e, quando surge uma oportunidade… Presenciam um crime praticado por mafiosos…

Conseguem fugir da morte certa, mas como testemunhas, precisam ser liquidados pelos gangsters e, por isso, resolvem seus problemas se juntando a uma trupe de artistas contratada para dar espetáculos na Flórida. O problema é que esse grupo musical é composto apenas por mulheres e, os malandros têm que se passar por senhoritas para se juntar ao grupo…

Lá eles conhecem Sugar [Marylin] e Joe [Curtiss] fica caidinho por ela. O amigo Jerry [Lemmon] também arrasta uma asa por ela, mas acaba se contentando em buscar outra paixão que o divirta. Enquanto rolam esses pequenos romances, os mafiosos continuam atrás da dupla e os obrigam a assumir por longo período suas identidades femininas, Josephine [Curtiss] e Daphne [Lemmon]. Adicione todos esses elementos com o jeito meio ingênuo e provocante de Marylin e temos um clássico fenomenal e hilário. Um dos maiores, certamente! Imperdível! Cinema de Primeiríssima!

Por João Luís de Almeida Machado

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