Alguns filmes são pouco badalados pela mídia. Talvez os investimentos em marketing e divulgação não tenham sido a prioridade e tenha se criado uma expectativa de que, as qualidades da produção sejam passadas adiante pelo expediente mais poderoso que existe, o boca a boca…
Esse deve ter sido o caso de “O Suspeito”, thriller político produzido em 2007 e que tem no seu elenco a ótima Meryl Streep, o experiente e talentoso Alan Arkin e os jovens astros Jake Gyllenhaal e Reese Whiterspoon.
Reese provavelmente quer se livrar da sombra do personagem por ela assumido em “legalmente loira”, partindo para projetos mais maduros e sérios, ao lado de atores de ponta e prestígio não só em Hollywood. Gyllenhaal, depois de aparecer com brilho ao lado de Heath Ledger em “O Segredo de Brokeback Mountain” e de trabalhar com Robert Downey Jr. e Mark Ruffallo em “Zodíaco”, continua investindo em projetos mais qualificados.
“O Suspeito” é um daqueles filmes pós-atentados de 11 de Setembro de 2001, que continuam a mexer nas feridas abertas pelo traumático golpe terrorista aos Estados Unidos. Diferentemente de tantos outros, no entanto, prima pelo fato de não olhar para o “umbigo norte-americano” e se colocar na defensiva, atacando o mundo árabe como se todos os mulçumanos fossem partidários daquele ato covarde e bárbaro.
O filme do diretor Gavin Wood é interessante e instiga a platéia por mostrar que o barbarismo, os atos atrozes, as abitrariedades e os desvarios e desmandos políticos estão tanto do lado de lá quanto no de cá… As fronteiras que demarcam e delimitam a violência desmedida contra os direitos individuais da humanidade são praticados tanto por quem explode bombas aleatoriamente em praças públicas movimentadas quanto por quem tortura, nos porões, às escondidas, em nome de pretensas “leis de segurança nacional”, a pessoas presas sem que tenham, no mínimo, direito de defesa, contato com a família, um telefonema sequer…
Prenda o fôlego. Contenha seus ânimos. “O Suspeito” foi feito para chocar e despertar nossa indignação. É, certamente, “cinema de primeira”!
Por João Luís de Almeida Machado
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