Ethan e Joel Cohen são grandes contadores de histórias. Seus filmes, imprevisíveis e na maioria dos casos, brilhantes. Não compõem material fílmico regular, daqueles tipos de produção que você vê em qualquer lugar ou que sempre fica com a impressão de já ter assistido trama parecida. A originalidade é sua marca mais evidente. E com "Onde os fracos não tem vez", realizado em 2007, com Javier Barden, Tommy Lee Jones e Josh Brolin encabeçando o elenco, os irmãos Cohen extrapolaram novamente... É um filmão!
Não é, evidentemente para quem têm estômago fraco ou para quem não está com os nervos sob controle. É tenso e violento e isto, neste caso, não é demérito - pelo contrário, é parte necessária e fundamental para o desenrolar da história.
História esta que começa com um policial levando preso, em seu carro, um sujeito para lá de suspeito e assustador, encarnado por Javier Bardem (novamente grandioso e impecável), silencioso ao extremo e com um olhar aterrador, daqueles que nos fazem cruzar a rua para não ter que passar perto do sujeito. Para completar, o recém-aprisionado tinha em seu poder um instrumento pouco usual, um tubo de oxigênio (ou equivalente) e uma pistola de pressão a ele acoplada...
O problema é que este homem é um assassino frio, calculista, forte e determinado. E ele está atrás de uma fortuna (o que obviamente o leva a livrar-se do guarda que o prendeu na primeira chance que surge), na casa dos milhões de dólares, em poder de alguns traficantes mexicanos que cruzaram a fronteira com uma considerável carga de cocaína. O fato é que eles foram mortos e, antes da chegada do assassino, o dinheiro vai parar nas mãos de um soldador aposentado, veterano do Vietnã, que encontrou os corpos, a droga e a maleta com os milhões...
A partir daí o filme vira um jogo de gato e rato, com o soldador Llewellyn Moss (Josh Brolin) tentando fugir do implacável perseguidor, e do inevitável confronto, e com ambos sendo perseguidos por um veterano policial texano, Ed Tom Bell (Tommy Lee Jones, novamente em grande performance)... O problema, ou melhor, corrigindo, a questão é que o filme é dos Cohen e, como tal, não é nem um pouco previsível quanto ao seu desfecho, o que o torna irresistível aos olhos de quem busca um cinema encorpado e inteligente, desafiador e intrigante e, por outro lado, confuso e desinteressante para quem está acostumado apenas com as velhas e repetidas fórmulas do cinemão norte-americano...
Como eu gosto muito daquilo que me desafia e intriga, não tenho dúvidas em afirmar que é realmente Cinema de Primeira! Um grande e imperdível filme! Assistam e tirem suas próprias conclusões!
Por João Luís de Almeida Machado
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