Romeu e Julieta no ritmo da "dança dos vampiros", clássico de Roman Polanski, assim poderíamos começar a falar sobre o fenômeno de bilheteria "Lua Nova", a continuação do já badalado e cultuado "Crepúsculo", ambos baseados em livros da escritora Stephenie Meyer. Ao invés das investidas violentas, com direito a mordidas no pescoço e a transformação de meros mortais em seres sobrenaturais, como nos clássicos da Hemdale e nos filmes com Vincent Price, os novos vampiros são "cool", ou seja, são elegantes, belos, simpáticos, sedutores e buscam viver de forma integrada, ao menos os Cullen...
Fui assistir "Crepúsculo" por influência de minha filha e, apesar da resistência inicial, fui aos poucos cedendo e tive que admitir se tratar de uma boa história transformada em entretenimento cinematográfico não apenas palatável. A saga da mocinha Bella (Kristen Stewart), que no primeiro livro/filme cedeu ao charme e ao encanto de Edward (Robert Pattinson), dando a entender que por ali tudo já estava praticamente definido sofre uma reviravolta em seu aniversário, com direito a festa e tudo (apesar dela mesma não querer isto) na nova casa dos Cullen.
Entre todos aqueles "vampiros" que constituem sua pretensa nova família, Bella sofre um ferimento e o fato de ser humana e mortal desperta o desejo sanguinário de Jasper, o namorado de Alice, irmã de Edward. Contidos os ânimos, desfeito o mal entendido, fica no ar a possibilidade de um desastre iminente, ou seja, a qualquer momento alguém poderia perder o rumo e atacar a moça, transformando-a em um morto-vivo sanguinário, como todos eles, o que contraria o desejo e a espectativa de Edward.
Outro ponto interessante refere-se ao fato de que Bella, ao completar 18 anos, está ficando mais velha que seu par... Com o passar dos anos, ele ainda gostará dela, já que ele não envelhece e isto ocorrerá com ela?
São dilemas que levam Edward a uma fatal cartada e um desfecho pouco provável para quem havia assistido o primeiro filme: Ele termina o namoro e revela que irá partir, abandonando não só Bella, mas também a cidade, juntamente com todos os seus familiares.
Com isto abre-se espaço para Jacob (Taylor Lautner), o nativo-americano (que robusteceu-se muito para este segundo filme), que desde sempre acalenta um amor aparentemente impossível e certamente não correspondido por Bella. O problema é que ele é muito amigo dela e, transformar amizade em amor é coisa complicada, ainda mais quando somos adolescentes, não é mesmo?
Se não bastasse isto, Jacob está também em processo de transformação, não apenas a puberdade, mas há também nele alguns aspectos sobrenaturais... Ele é um lobisomen...
"Lua Nova", do diretor Chris Weitz, não decepciona os fãs da série, é fiel ao livro, tem produção mais caprichada que o anterior, mostra o embate de Edward e Jacob por Bella e ainda leva os vampiros a Itália e a possíveis desfechos trágicos... É sessão pipoca de qualidade garantida, para toda a família!
Por João Luís de Almeida Machado
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