Juno (EUA/Canadá/Hungria, 2007)






“Juno”, do diretor Jason Reitman é um filme surpreendente. E a afirmação que faço refere-se a praticamente todos os seus quesitos. A começar pela temática, bastante difícil, a sexualidade adolescente, aflorando a flor da pele pela explosão dos hormônios que ocorre entre os 13 e os 17 anos. Se não bastasse isso, há também a questão da gravidez na adolescência, abertamente trabalhada, mostrando bem como é a cabeça de uma garota de 16 anos que espera um bebê sem ter nenhuma vontade de ser mãe… Temas tabus, trabalhados de forma pouco convencional, com diálogos francos e abertos, a partir do ponto de vista das garotas, sem apelar para o humor grosseiro ou para a estupidificação.





O elenco então, merece palmas, da protagonista Ellen Page, que já havia mostrado talento no suspense “MeninaMá.com”, como a independente garota Juno, descolada, antenada em rock dos anos 1970 e 1980, fã de filmes de terror de Dario Argento e, como toda adolescente, dona da razão; passando pela bela Jennifer Garner (filha do experiente James Garner, que em uma de suas últimas aparições de destaque no cinema contracenou com Mel Gibson e Jodie Foster no divertido faroeste “Maverick”) – aparentemente bem casada e que tem dificuldades para engravidar; por Michael Cera, como o adolescente meio nerd, bom na escola, nos esportes, na guitarra e que se envolve intimamente com Juno de forma mais do que casual (apesar da evidente paixão que nutre pela garota); passando ainda pelos pais de Juno ou pelo indeciso Mark (protagonizado por Jason Bateman), o marido quase perfeito da personagem de Jeniffer Garner…





Filme de baixo orçamento (7,5 milhões de dólares, uma bagatela para os padrões do cinemão norte-americano), com roteiro pra lá de inteligente, interpretações de primeira, tema diferenciado (para dizer o mínimo), “Juno” é uma experiência cinematográfica inovadora por nos fazer acreditar que aquilo que vemos realmente está acontecendo e não que esses personagens ou a história sejam inverossímeis… Parece alguma coisa que pode acontecer na vida de qualquer um dos espectadores, na casa do vizinho, na vizinhança ou com alguém da família. É ver para crer! Um filmão!





Por João Luís de Almeida Machado

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